Batman: Arkham Knight
Analisado por: Victor Emanuel Farias
- Plataforma de Teste: Xbox One
- Informações:
Plataformas: PC (em manutenção), Xbox One, PlayStation 4
Distribuidora: Warner Bros Games
Desenvolvedora: Rocksteady
Online: Não
Jogadores: 1
Duração: Cerca de 15 horas (Campanha)
Data de Lançamento: 23/06/15
O que dizer do Batman? De fato, é um dos super-heróis mais conhecidos da DC Comics. O famoso cavaleiro das trevas de Gotham já foi protagonista de diversos filmes, desenhos animados e jogos desde que foi criado. Seus games nunca chegaram a empolgar o público adulto, afinal jogos de super-heróis são fracos, não é mesmo? É assim que todos pensavam até surgir a franquia Batman Arkham, criada pela Rocksteady.
Como primeiro jogo da série, Batman: Arkham Asylum foi um verdadeiro divisor de águas em 2009, honrando muito bem o nome do homem morcego. Sua sequência, Arkham City foi lançado em 2011 e revolucionou ainda mais a franquia, trazendo um jogo de total mundo aberto onde o jogador poderia ir a qualquer lugar em uma certa área de Gotham. O herói também ganhou um spin-off, Arkham Origins, que não foi tão aclamado pelos jogadores mas esclareceu diversas lacunas deixadas nos dois primeiros jogos. E agora, para fechar a trilogia, eis que a Rocksteady nos traz Arkham Knight, o último game da trilogia principal. Mas será que a história do cavaleiro de Arkham será tão divertida como seus grandes antecessores?
Assim como estou fazendo nas mega-análises, também trouxe uma linha do tempo da série Batman Arkham. Mas aqui a lógica é bem simples. Primeiro temos o spin-off Arkham Origins e após o mesmo, seguimos com a trilogia principal: Asylum, City e Knight encerrando a série.
• A familiar Gotham City de sempre
Logo em que o jogador inicia Arkham Knight, percebe-se que ele tem a mesma pegada de "atmosfera sombria" dos seus antecessores. Agora com um mapa totalmente novo, numa área de Gotham dividida entre 3 ilhas, o mapa do jogo é o maior da série. E com o mesmo estilo mundo aberto de sempre. Você pode escolher entre fazer as missões de campanha, se aventurar por missões secundárias, resolver enigmas do Charada espalhados pela cidade ou até mesmo apenas passear pela cidade, seja planando em prédios e derrotando os capangas, ou destruindo tanques da milícia com o Batmóvel.
Vale lembrar que o mapa de Arkham Knight não chega a ser 30% de outros jogos de mundo aberto como Grand Theft Auto V ou The Witcher 3, mas a grande diferença está em sua densidade de detalhes. Cada lugar sombrio da cidade tem um enigma, uma missão, sempre há algo para fazer.
• Enredo simplesmente impecável
Um fato que ocorreu em Arkham City e não é spoiler para mais ninguém (se você não jogou Arkham City e não quer descobrir spoilers sobre ele, sugiro que pule esse parágrafo) está no fato do Coringa ter morrido devido à overdose de Titan. Muitos fãs criticaram o fato da Rocksteady ter matado o principal antagonista do homem-morcego e acharam que a trama de seu novo jogo não ia ser tão empolgante. Mas a desenvolvedora provou o contrário. Batman: Arkham Knight possui dois inimigos principais: Espantalho, que volta para se vingar dos acontecimentos em Arkham Asylum; e o Arkham Knight, grande e habilidoso vilão que dá o seu nome como subtítulo ao game. Um fato curioso é que esse inimigo nunca foi mencionado em nenhum dos quadrinhos do Batman no decorrer dos anos desde que foi criado. É um inimigo inédito criado pela Rocksteady, cuja identidade permanece em incógnita até certo momento do jogo.
Mas e o Coringa? Acreditem, ele está tão presente no jogo (não posso dizer como) que nem percebemos sua falta. Enfim, temos uma trama muito original e genial, com personagens importantes, supervilões do bem e do mal, pessoas enloquecendo e muito mais. Sem dúvidas, um trabalho impecável nesse aspecto. E tudo isso com uma ótima dublagem em português brasileiro.
• Batmóvel: Um carro de corrida ou tanque de guerra?
Em Arkham Knight, temos muitas inovações em termos de combate, equipamentos e armadura. Porém, a grande estrela do jogo está no Batmóvel. O veículo do herói já havia sido mostrado em Arkham Asylum mas nunca foi usado em questões de jogabilidade até agora. O super carro terá muitas utilidades na campanha principal visto que o Arkham Knight convoca diversos tanques e drones da milícia para destruirem o Batman. Ele tem dois modos de jogo: em um, ele mantém sua forma de carro e permite que o herói acelere bastante com seus propulsores à jato. Já no outro, o veículo assume uma forma de tanque de guerra, onde pode atirar mísseis para destruir tanques de guerra não tripulados. Já para os capangas comuns, pode-se usar projéteis para deixar os inimigos inconscientes (lembrem-se que o Batman não mata ninguém).
Quanto ao combate comum presentes nos antecessores, não se preocupe. O jogo alterna bem as vezes em que você deve atacar tanques de milícia com o Batmóvel ou derrotar capangas com as habilidades de luta do homem-morcego. O estilo de jogabilidade é semelhante em toda a série Arkham, com a diferença que os inimigos estão muito mais inteligentes agora: eles podem jogar granadas em dutos de ventilação ou marcar pontos de ancoragem da Batgarra com drones.
Além disso, também temos um novo recurso cooperativo: o dual play. Em alguns momentos do jogo, Batman terá a ajuda de algum dos seus companheiros: Mulher Gato, Robin e Asa Noturna. Assim, o jogador poderá controlar um dos personagens, enquanto o próprio jogo se engarrega de controlar o outro. Também há a possibilidade de fazer combos mútuos entre personagens.
• Paraíso do crime
Enquanto a campanha principal vai acontecendo, uma série de missões secundárias surgem para que o jogador possa selecioná-las. O jogador pode fazê-las quando bem entender. Elas variam desde resgate de bombeiros perdidos e desarme de bombas que destruirão ruas de Gotham até criminosos importantes como o Pinguim e Duas Caras que aproveitam o caos em Gotham para roubar bancos ou traficar armas. Tudo isso aumenta o chamado "fator replay" do jogo. E o mais legal de tudo isso é que a maioria dessas missões não são chatas ou repetitivas; pelo contrário, são desafiadoras e icônicas. Por isso, quando estiver cansado da campanha, vale a pena dar uma relaxada combatendo outros criminosos.
• A questão dos FPS e texturas
Antes de mais nada, gostaria de dizer que demorei para encontrar algum problema em Arkham Knight. Mas se tem um fato que pode atrapalhar um pouco na jogatina, está relacionado aos frames por segundo e suas texturas. O jogo em si roda normalmente a uma taxa de 30 quadros por segundo, quantidade considerável para um jogo de ação. Porém, em alguns momentos de extrema ação, principalmente quando estamos enfrentando inúmeros tanques com o Batmóvel, essa taxa cai um pouco, o que pode prejudicar seu desempenho.
Já a questão das texturas não chega a incomodar. Quando chegamos a um determinado local muito rapidamente (geralmente com o turbo do veículo), as texturas do ambiente podem demorar um pouco para carregar, o que deixa o jogo "desbotado" por uns 2 segundos. Mas não é um problema técnico gritante.
• Uma enorme falha nas versões para PC
Não é novidade para ninguém que Batman: Arkham Knight saiu com diversas falhas em sua versão para computadores. Não cheguei a testar essa versão (joguei no Xbox One), mas pelo que ouvi de fontes confiáveis, o port para PC contém problemas terríveis de desempenho onde o jogo chega a rodar em 20 quadros por segundo. Portanto, peço que considerem minha análise somente para as versões de consoles (Xbox One e PS4), visto que a versão de PC foi colocada em manutenção.
Batman: Arkham Knight é o encerramento definitivo de uma das trilogias de games mais memoráveis de todos os tempos. Assim como seu ótimo início (Arkham Asylum) e sua excelente continuação (Arkham City), a Rocksteady mostra mais uma vez ao mundo como se fazer um jogo do homem-morcego. O game não é recomendado apenas a fãs do Batman, mas sim a todos que gostam de jogos de ação e aventura, pois esses fatores nunca faltam durante toda a trama.
Enfim, o novo e último game da série Arkham tem tudo não só para ser o melhor jogo do super-herói como talvez o melhor jogo lançado para essa geração de consoles até então. Sem dúvidas é uma obra que vale a pena ser explorada por qualquer gamer que se preze.